09/10/2013

Dia 08.10 - Por dentro da história do teatro Arthur Azevedo



Uma viagem na história do teatro passeando pelos corredores, pela plateia, pela frisa, pelos balcões, pelos camarotes e por todos os espaços da realização da cena que acontece dentro do teatro.

De repente do outro lado da rua, Ida Bastos, nossa produtora e guia neste dia, pediu que aparecêssemos para um breve relato da construção do teatro. "Estão vendo a Igreja, na época como a atividade teatral era considerada profana, houve uma briga para que o teatro não tivesse sua fachada para a praça e a sua área fosse diminuída, pois não era compatível a atividade religiosa com a atividade profana do teatro. Depois de muito negociar o teatro foi erguido com sua frente para a rua paralela, atualmente Rua do Sol. O Teatro perdeu muito, inclusive o estacionamento, pois a Rua do Sol é estreita e não tem como acomodar mais do que uma centena de carros". 

Seguimos ouvindo as passagens e os acontecimentos dentro e fora do teatro, suas reformas, sua decadência, seu período áureo quando a base da economia era o algodão. Na entrada fomos surpreendidos com o busto de Apolônia Pinto, que ficou imortalizada em uma placa no camarim nº 1 do Teatro Arthur Azevedo.

Apolônia Pinto, atriz maranhense reverenciada graças a uma dádiva ocorrida há 146 anos. No dia 21 de junho de 1854, nascia nos bastidores do antigo “União” e “São Luiz” – os dois primeiros nomes do Arthur Azevedo – a insubstituível atriz maranhense. Seu pioneirismo e sua genialidade logo a transformaram na maior atriz do país. Ainda menina, aos doze anos, Apolônia já se preparava, no mesmo camarim que nasceu, para viver o papel da ingênua de “A Cigana de Paris”. Resultado: um sucesso. Em seus 83 anos de vida ficou conhecida como a maior intérprete das paixões humanas da ribalta nacional. Apolônia foi atriz numa época em que não havia mídia, patrocinadores e cachês. Trabalhava por amor à arte. Os artistas viviam de doações: jóias, pedaços de terras ou animais.

Mas nem por isso seu trabalho deixou de ser reconhecido. Onze anos depois da sua morte, em 1948, alguns jornalistas já se preocupavam com sua memória e seu acervo histórico-cultural. Exigiam que o camarim nº 1 do Teatro Arthur Azevedo fosse transformado em Museu Apolônia Pinto. Em 1966, seus restos mortais foram trazidos para São Luís e depositados no próprio TAA, onde existem um busto da atriz e uma urna contendo seus ossos. Vida eterna ao Teatro. Para sempre primeira dama.

E assim, depois de percorrer todos os labirintos do teatro, nos despedimos com um muito agradecido... A Caravana continua.







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